Music Player

Dream

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

•Guaraná → Aléxia

As propriedades estimulantes e os diversos usos ampliam os negócios com esta fruta da Amazônia brasileira Nome popular da fruta: Guaraná (guaraná, narana, guaranauva, guaranaina, guaraná-da-Amazônia) Nome científico: Paullinia cupana H.B.K. var. sorbilis (Mart.) Ducke Origem: Brasil (Amazônia) Fruto: Os frutos apresentam a coloração vermelha e, em menores proporções, alaranjadas e amarelas. Quando maduros abrem-se parcialmente, deixando à mostra 1 a 3 sementes castanho-escuras, com a metade inferior recoberta por um espesso arilo branco. A colheita é realizada nesse estágio, para que as cápsulas (casca) não se abram totalmente, evitando a queda das sementes. A fruta possui guaraína, substância parecida com a cafeína, que possui propriedade estimulante, aumenta a resistência nos esforços mentais e musculares, diminui a fadiga motora e psíquica. Planta: Arbusto de clima tropical, quente e úmido, o guaranazeiro é uma planta perene e trepadeira. Pode atingir até 10 metros de altura quando tem como suporte as árvores da floresta. Em cultivos isolados tem porte de arbusto, em forma de moita, crescendo no máximo 2 ou 3 metros. Cultivo: O Brasil é o único produtor comercial de guaraná do mundo. A produtividade média da cultura no Brasil é de 298 kg/ha. A baixa produtividade é justificada pelo pequeno uso de mudas de clones selecionados, plantio de variedades tradicionais não melhoradas, idade avançada dos guaranazais, alta incidência de pragas e doenças e falta de tratos culturais adequados. Para a produção comercial, os produtores devem buscar sementes ou mudas (clones) selecionadas. Os especialistas na cultura recomendam que o guaranazeiro seja propagado através do enraizamento de estacas (ramos retirados da planta, herbáceos, não lignificados e com as folhas totalmente expandidas). A produção de mudas por sementes, devido à grande variabilidade genética existente entre as plantas de guaraná, não é recomendada, pois produzem um pomar desuniforme e de produtividade muito variável. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária tem lançado cultivares selecionados e de alta produtividade. Além da alta produtividade – os clones produzem de 400 gramas a 1,5 quilo de sementes por planta –, as plantas são resistentes à antracnose, doença causada pelo fungo Colletotrichum guaranicola que traz sérios prejuízos à lavoura. A muda obtida por clonagem (propagação vegetativa) apresenta a vantagem de menor tempo de formação, de sete meses, enquanto a muda tradicional, produzida a partir das sementes, demora 12 meses para ficar pronta e ir ao campo. Os clones apresentam precocidade para o início da produção, em média, de dois anos, contra quatro anos das plantas tradicionais. A produção comercial estabiliza-se após três anos do plantio, no caso dos clones, e em cinco anos nas plantas tradicionais. Além disso, a sobrevivência dos clones no campo, após um ano de plantio, supera 90%, enquanto nas plantas provenientes de sementes, geralmente fica abaixo de 80%. O fruto do guaraná deverá ser despolpado e torrado para comercialização. Após a colheita, os frutos são acondicionados em sacos ou amontoados em local limpo por até três dias para fermentação. O local deve ter piso de cimento ou cerâmica e, de preferência, ser fechado, para evitar acesso de animais. A fermentação facilita a retirada da casca, tanto manualmente ou com equipamentos apropriados. Após o despolpamento, as sementes são lavadas em água limpa e classificadas em dois tamanhos, por peneira com malha de 6 mm. Após a classificação, as sementes são torradas separadamente, possibilitando a uniformização do ponto de torrefação e a obtenção de um produto homogêneo. A torrefação é feita em tacho de barro ou metálico, em fogo brando, mexendo-se as sementes constantemente para melhor distribuição do calor. A torrefação em tacho de barro é mais usual e leva de quatro a cinco horas, enquanto no tacho metálico, este tempo é de cerca de três horas e meia. Para a indústria de refrigerantes, as sementes estarão prontas quando atingirem o "ponto de estalo" ou umidade em torno de 5% a 7%. Para o guaraná em bastão, a umidade deve ser de 8% a 12%. As sementes são armazenadas em sacos aerados, de preferência de fibras naturais, como aniagem ou juta. O tempo de armazenamento, desde que em condições adequadas, pode alcançar até dezoito meses. Usos: O guaraná é processado e consumido na forma de pó, bastão, xaropes e extratos. Nos refrigerantes o conteúdo mínimo exigido de sementes de guaraná é de 0,2 g e o máximo de 2 g/litro ou o seu equivalente em extrato. É, ainda, utilizado na fabricação de bebidas energéticas, sorvetes, fármacos, cosméticos, confecção de artesanato, entre outros usos. Mercado: A produção brasileira de guaraná é praticamente toda consumida no mercado interno. Estima-se que pelo menos 70% da produção seja absorvida pelos fabricantes de refrigerantes, enquanto o restante é comercializado na forma de xarope, bastão, pó, extrato e outros subprodutos. Pequenas quantidades são exportadas.

Nenhum comentário: